A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) pediu oficialmente o recolhimento dos chocolates da Kinder fabricados na Europa, após a própria gigante italiana Ferrero reconhecer que doces que fazem parte dos lotes contaminados com Salmonella chegaram ao Brasil. Segundo a empresa, a importação, – que diz respeito ao produto Schoko-bons -, teria sido feita por terceiros, sem vínculo com a Ferrero.
A resolução da agência que determina o recolhimento dos produtos está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (28), e também orienta a proibição da comercialização, distribuição e uso dos alimentos, todos fabricados na Bélgica.
Os chocolates da fábrica na Bélgica foram alvo de alerta internacional comunicando um surto de Salmonella typhimurium. Até o momento, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), foram relatados 151 casos de contaminação relacionadas ao chocolate em ao menos 11 países.
“Caso você tenha adquirido este produto, pedimos que não o consuma e entre em contato com o Serviço de Atendimento ao Consumidor pelo telefone 0800 701 6595 e e-mail sacbrasil@ferrero.com para troca ou reembolso. Todos os demais produtos Kinder distribuídos pela Ferrero do Brasil são seguros para consumo e não são afetados por este recolhimento”, informou, em nota, a empresa.
Como medida preventiva, a Anvisa recomenda aos consumidores que possuam ou pretendam adquirir chocolates da marca Kinder, que verifiquem no rótulo os dados do fabricante do produto.
Confira a lista de produtos:
Kinder Suprise Maxi 100g
Kinder Suprise 1 X 20g
Kinder Suprise 1 X 20g 60g
Kinder Surprise 4 x 20 g (80 g)
Kinder Schokobons branco e/ou cacau 46g 125g E 200g
Kinder Schokobons 300 g
Kinder Mix Peluche 133 g
Kinder Mix Advent Calendar 127g
Kinder Mix Eggs Hazelnut 100g
Kinder Mini Eggs Mix 250g
Kinder Happy Moments 162g
O problema foi identificado em uma fábrica na cidade belga de Arlon, que produz cerca de 7% de todos os produtos Kinder que eram distribuídos para mais de 60 países, incluindo os da Europa, Estados Unidos, Argentina, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Cingapura, Hong Kong e México.
O foco de contaminação foi uma etapa do processamento de leitelho em um filtro de saída de dois tanques de matéria-prima. O local chegou a ser desinfetado no fim do ano passado, mas voltou a ter testes positivos para Salmonella em janeiro deste ano.
No último dia 8 de abril, autoridades da Bélgica determinaram o fechamento por tempo indeterminado da fábrica de Arlon. Em nota, a Ferrero pediu “sinceras desculpas” pelos casos de contaminação.
O tipo detectado na fábrica foi a Salmonella typhimurium, que costuma causar vômito, cólicas, diarreia e febre acima de 39°C, podendo provocar bacteremia, quadro que se estende por mais de uma semana, com dor de cabeça, mal-estar e calafrios, mas sem diarreia.
Em alguns casos, especialmente em crianças, idosos, gestantes ou pessoas com sistema imunológico comprometido, essa infecção pode ser letal. O tratamento é feito com suporte, como líquidos por via venosa e medicamentos antitérmicos e analgésicos, além de antibióticos.