Um vídeo da prefeita de Marituba (PA), Patrícia Alencar (MDB), publicado em uma rede social privada e compartilhado sem autorização, tem provocado uma enxurrada de críticas nas redes sociais. Nas imagens, a gestora aparece de biquíni, dançando de forma descontraída em um quarto, durante um momento de lazer. A gravação rapidamente viralizou em grupos de mensagens e passou a ser usada por opositores para atacá-la.
Diante da repercussão, o presidente da Câmara Municipal de Bayeux, na Paraíba, Adriano Martins saiu em firme defesa da prefeita e classificou as críticas como expressão clara de machismo e violência simbólica contra a mulher.
“Se fosse um homem dançando de sunga, estariam aplaudindo e chamando de descolado. Mas como é uma mulher, jovem e bonita, tentam transformar um momento íntimo e absolutamente normal em escândalo político. Isso é machismo, é hipocrisia e, mais do que isso, é uma forma de violência contra a mulher”, declarou Adriano.
Segundo ele, o episódio expõe o preconceito estrutural que ainda impera contra mulheres que ocupam cargos de liderança. “Querem controlar como a mulher se veste, como ela se comporta, até como ela relaxa. O nome disso é opressão. E quando isso é usado para tentar destruir uma trajetória política séria, estamos diante de uma tentativa de silenciamento”, completou.
Adriano destacou ainda que Patrícia Alencar tem uma gestão reconhecida e que seu desempenho à frente da prefeitura de Marituba fala por si. “Ela é uma prefeita jovem, competente e comprometida com a cidade. Julgar sua moral ou sua capacidade por um vídeo pessoal é um retrocesso inaceitável.”
A situação reacende o debate sobre a exposição e o julgamento de figuras públicas do sexo feminino, e reforça a necessidade de combater não apenas o machismo, mas todas as formas de violência simbólica e política contra a mulher.